As companhias aéreas Azul e Gol firmaram, nesta quarta-feira (15), um memorando de entendimento para dar início às negociações de uma possível fusão. Caso o acordo seja concluído, a nova empresa poderá concentrar cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro, criando um dos maiores grupos do setor no país.
Condições para a fusão
A fusão está condicionada ao término da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, previsto para abril de 2025. A governança da nova companhia será dividida entre a holding Abra, que controla a Gol e a Avianca, a Azul e conselheiros independentes. O presidente do conselho será indicado pela Abra, enquanto o cargo de diretor-executivo (CEO) será ocupado pelo atual presidente da Azul, John Rodgerson.
Operação e integração
De acordo com o memorando, as marcas Gol e Azul continuarão operando de forma independente. No entanto, as companhias poderão compartilhar aeronaves e realizar voos em parceria, ampliando a conectividade entre grandes cidades e destinos regionais.
A operação será realizada utilizando apenas os ativos existentes, sem a necessidade de novos investimentos financeiros. A Azul também manterá sua estratégia de compra de aviões da Embraer e buscará sinergias para expandir suas operações internacionais.
Aprovação regulatória
A fusão só será formalizada após a aprovação de órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A previsão é que o processo seja concluído em 2026, caso todos os requisitos sejam atendidos.
Metas financeiras
Para que a fusão seja viabilizada, as companhias deverão atender a metas relacionadas à alavancagem financeira, que não poderá ultrapassar os níveis da Gol após o encerramento da recuperação judicial. No terceiro trimestre de 2024, a alavancagem da Gol era de 5,5 vezes, com expectativa de redução para 4,5 vezes até abril de 2025.
A fusão entre Azul e Gol, caso concretizada, promete transformar o cenário do setor aéreo brasileiro, consolidando uma empresa líder em conectividade e abrangência de mercado.