Bolsonaro lamenta ausência na posse de Trump e afirma enfrentar perseguição política no Brasil

A posse de Donald Trump, que marca seu retorno à Casa Branca, acontece em meio a um cenário de tensões políticas e jurídicas envolvendo Bolsonaro, que enfrenta acusações relacionadas a sua gestão e aos atos de 8 de janeiro.

Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou neste sábado (18) estar constrangido por não poder comparecer à cerimônia de posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, marcada para a próxima segunda-feira (20). Bolsonaro afirmou esperar que Trump possa apoiá-lo na reversão de sua inelegibilidade no Brasil, embora não tenha detalhado como esse apoio poderia ser efetivo.

“Com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive”, disse Bolsonaro, referindo-se à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o declarou inelegível por oito anos.

Bolsonaro expressou confiança de que a simples presença de Trump em sua defesa poderia alterar sua situação jurídica no Brasil. “(O Trump) não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu”, afirmou.

Passaporte retido e impedimento de viagem
Bolsonaro acompanhou o embarque da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que irão representá-lo na posse de Trump. O ex-presidente teve o passaporte retido por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que negou seus pedidos para viajar aos Estados Unidos. Moraes alegou risco de “tentativa de evasão” por parte de Bolsonaro para se esquivar da aplicação da lei penal.

“Eu pré-acertei o encontro com o chefe de Estado (Trump) via Eduardo Bolsonaro e, lamentavelmente, não vou poder comparecer”, disse Bolsonaro, visivelmente contrariado.

Críticas e acusações de perseguição política
Bolsonaro voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de ser o responsável por persegui-lo politicamente. “Eu estou chateado. Estou abalado ainda. Eu enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa. Essa pessoa decide a vida de milhões de pessoas no Brasil. Ele é o dono do processo. Ele é o dono de tudo”, declarou.

Ele também comentou as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), negando preocupação com as acusações apontadas, mas admitindo não se sentir tranquilo com os processos em andamento.

Discussão sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro
Bolsonaro mencionou ter conversado com pré-candidatos à presidência da Câmara e do Senado sobre a votação de um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele afirmou esperar que o Congresso siga o “devido processo legal” para colocar a pauta em votação.

Michelle Bolsonaro: “Eles têm um certo medinho dele”
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao embarcar para os Estados Unidos, afirmou que seu marido está sendo perseguido politicamente e insinuou que sua popularidade causa temor em adversários políticos. “Eles têm um certo medinho dele porque ele é o maior líder da direita brasileira”, disse Michelle, sem especificar a quem se referia.

A posse de Donald Trump, que marca seu retorno à Casa Branca, acontece em meio a um cenário de tensões políticas e jurídicas envolvendo Bolsonaro, que enfrenta acusações relacionadas a sua gestão e aos atos de 8 de janeiro.

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