Presidente do PT-PB critica mudança no estatuto do partido e compara decisão ao Centrão

A polêmica deve gerar novos debates dentro da sigla, especialmente entre aqueles que defendem a renovação política e a manutenção dos princípios democráticos dentro do partido.

Redação

O presidente do Partido dos Trabalhadores na Paraíba (PT-PB), Jackson Macedo, manifestou discordância em relação à alteração no estatuto aprovada pelo diretório nacional da legenda nesta segunda-feira (17). A mudança prevê a reeleição ilimitada para cargos de direção dentro do partido, medida que Macedo classificou como um retrocesso.

“Sou radicalmente contra o que foi aprovado hoje na Direção Nacional do PT. Infelizmente, o PT, nesse ponto específico, se comportou como um partido do Centrão, onde as famílias se perpetuam nos cargos de direção por anos e anos”, criticou Macedo.

Renovação partidária em risco

Macedo argumentou que o PT, por ser um partido de esquerda, precisa manter a renovação de seus quadros e não pode adotar práticas que enfraqueçam sua identidade. Ele ressaltou que a sigla sempre atraiu a juventude para garantir a oxigenação da legenda e que a mudança no estatuto pode comprometer essa tradição.

“Nós não podemos fazer um grande acordo de conveniência entre aqueles que querem se perpetuar em cargo de direção”, disse.

Atualmente em seu segundo mandato como presidente do PT-PB, Macedo afirmou que, apesar da nova regra permitir sua reeleição para um terceiro mandato, ele não pretende concorrer novamente.

“O PT precisa se renovar, precisa trazer gente nova, gente com disposição para também construir o partido. Então, eu, particularmente, sou totalmente contra”, enfatizou.

Mudança estatutária pode ser inválida

Além das críticas políticas, Jackson Macedo também questionou a validade da alteração no estatuto, alegando que o Diretório Nacional não tem poder para modificar regras estatutárias sem a realização de um Congresso Partidário.

“O Estatuto do PT só pode ser modificado em congresso por delegados congressuais do partido. Esse congresso só acontece a cada cinco ou seis anos. O Diretório Nacional não tem poderes para mudar o Estatuto do PT”, afirmou.

Macedo classificou a decisão como uma violação das normas internas da legenda, destacando que as mudanças estatutárias são cláusulas pétreas e só podem ser alteradas por meio de Congresso Partidário.

A polêmica deve gerar novos debates dentro da sigla, especialmente entre aqueles que defendem a renovação política e a manutenção dos princípios democráticos dentro do partido.

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