Hotel Tambaú segue fechado devido a disputa judicial e risco de desapropriação

O destino do Hotel Tambaú ainda é incerto. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) será determinante para definir quem realmente tem direito sobre o imóvel e se ele poderá voltar a operar como um dos principais hotéis da Paraíba.

Redação

Fechado desde 2020, o Hotel Tambaú, um dos mais icônicos cartões-postais de João Pessoa, permanece envolvido em um impasse judicial que impede sua reabertura desde 2021. O hotel, que pertencia à Rede Tropical de Hotéis, ligada à Varig, foi leiloado devido a dívidas, mas enfrenta disputas legais que dificultam sua revitalização.

Arquitetura e importância histórica

Projetado pelo renomado arquiteto Sérgio Bernardes, o Hotel Tambaú possui 173 apartamentos e foi, por décadas, uma referência em hospedagem de luxo no Nordeste. No entanto, a incerteza sobre sua posse levou à paralisação de reformas, denúncias de abandono e até a uma tentativa de desapropriação pela Prefeitura de João Pessoa.

O impasse judicial: uma cronologia do caso

📌 Outubro de 2020 – O grupo A. Gaspar arremata o hotel por R$ 40,02 milhões, mas desiste da compra. O segundo colocado, Rui Galdino, assume o leilão.

📌 Galdino contesta o lance – Afirma que seu lance foi de R$ 15 milhões, e não R$ 40 milhões, e também desiste.

📌 Novo leilão – O juiz convoca outra disputa, mas Galdino volta atrás e decide pagar os R$ 40 milhões.

📌 Fevereiro de 2021 – No segundo leilão, o grupo A. Gaspar vence novamente, com um lance de R$ 40,6 milhões, pagando um sinal e parcelando o restante em 80 vezes.

📌 Mudança no processo – A Ampar Hotelaria assume a posição de Rui Galdino e, em junho de 2022, quita as parcelas atrasadas e formaliza a documentação do hotel.

📌 Tribunal de Justiça do RJ anula o segundo leilão – A Justiça reconhece Rui Galdino como vencedor do primeiro leilão, reacendendo a disputa.

📌 A. Gaspar recorre ao STJ – O grupo contesta, alegando que a Ampar Hotelaria não participou oficialmente do leilão.

📌 Processo no STJ – O caso segue sem decisão final, enquanto a Ampar defende que o impasse já foi resolvido, pois quitou todas as pendências e regularizou a documentação.

Risco de desapropriação

Em dezembro de 2021, diante das denúncias de abandono, a Prefeitura de João Pessoa declarou o hotel como de utilidade pública, abrindo caminho para uma possível desapropriação. No entanto, nenhuma ação foi tomada até o momento.

O advogado da Ampar Hotelaria argumenta que a desapropriação teria um custo elevado, pois a avaliação atual do hotel é de R$ 300 milhões. Ele defende que a recuperação do espaço deve ser conduzida pela iniciativa privada, com apoio do setor público.

Futuro do Hotel Tambaú

O destino do Hotel Tambaú ainda é incerto. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) será determinante para definir quem realmente tem direito sobre o imóvel e se ele poderá voltar a operar como um dos principais hotéis da Paraíba. Enquanto isso, o icônico empreendimento segue fechado, aguardando uma solução para o impasse.

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