Setembro Amarelo: um convite à empatia, à escuta e ao cuidado coletivo

Redação
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Setembro Amarelo: um convite à empatia, à escuta e ao cuidado coletivo
O mês de setembro é marcado por uma das campanhas mais importantes do calendário da saúde no Brasil: o Setembro Amarelo, movimento voltado à prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental. Criada para romper o silêncio em torno de um tema historicamente cercado por tabus, a campanha se consolidou como uma ferramenta essencial para ampliar o diálogo, combater preconceitos e salvar vidas.
Durante décadas, falar sobre suicídio foi tratado como algo proibido ou perigoso, o que resultava no isolamento de quem sofria e na falta de acesso à informação e ao acolhimento adequado. Hoje, compreende-se que trazer o tema à tona de forma responsável é fundamental. Mais do que conscientizar, o Setembro Amarelo convida à empatia, à escuta ativa e ao cuidado coletivo, lembrando que todos têm um papel na construção de uma sociedade mais atenta e solidária.
Segundo representantes do Laboratório de Investigação em Psicologia Clínica, que atua dentro do CASULU Coworking, a campanha amplia as possibilidades de prevenção:
“O Setembro Amarelo é uma oportunidade de quebrar estigmas, estimular conversas honestas e fazer com que mais pessoas reconheçam os sinais de sofrimento, tanto em si mesmas quanto em quem está ao redor. Esse movimento só tem força porque envolve ciência, comunidade e cuidado humano lado a lado.”

O valor do auxílio terapêutico

Um dos pontos mais relevantes para o Setembro Amarelo é reforçar a importância de buscar apoio profissional. A terapia é um espaço seguro, livre de julgamentos, no qual a pessoa pode compartilhar suas dores, reorganizar pensamentos e aprender novas formas de lidar com o sofrimento.
O acompanhamento psicológico ajuda não apenas quem vive crises intensas, mas também auxilia familiares e amigos a entender como apoiar com mais sensibilidade. Muitas vezes, um espaço terapêutico pode ser o diferencial entre permanecer em silêncio ou encontrar caminhos de esperança.
“Buscar ajuda não é fraqueza, é coragem. É escolher cuidar de si em um momento de vulnerabilidade e reconhecer que não precisamos enfrentar as dores sozinhos. O apoio terapêutico salva vidas e deve ser valorizado como parte essencial da saúde”, reforça o Laboratório.

Sinais que merecem atenção

O suicídio dificilmente acontece sem aviso. Na maior parte dos casos, existem sinais de alerta que podem indicar risco, e estar atento a eles é essencial. Entre os principais comportamentos e mudanças estão:
•Isolamento repentino ou afastamento de amigos e familiares;
•Alterações bruscas de humor;
•Frases de desesperança, como “sou um peso” ou “queria desaparecer”;
•Falta de interesse por atividades antes prazerosas;
•Mudanças no sono e no apetite;
•Descuidos com a higiene ou aparência;
•Doações de objetos pessoais importantes, como uma espécie de despedida;
•Uso abusivo de álcool ou outras drogas;
•Histórico de automutilação ou tentativas anteriores.
Reconhecer esses sinais e agir pode ser a diferença entre a vida e a morte.

A postura correta diante do sofrimento

Ao perceber alguém em sofrimento psíquico, a postura correta deve ser de acolhimento, escuta empática e presença genuína. Isso significa evitar julgamentos, não minimizar a dor e não tentar resolver tudo rapidamente.
Veja algumas orientações importantes:
•Escute sem interromper, demonstrando interesse real;
•Valide o sofrimento, reconhecendo que a dor é legítima;
•Pergunte diretamente, de forma cuidadosa, sobre a possibilidade de pensamentos suicidas;
•Ofereça ajuda concreta, como acompanhar até um serviço de saúde ou ligar para o CVV (188);
•Não prometa sigilo absoluto: em casos de risco iminente, envolver familiares e profissionais pode ser vital;
•Mantenha contato contínuo, mostrando disponibilidade e cuidado.
Estudos mostram que perguntar sobre suicídio não estimula o ato – pelo contrário, abre um espaço de alívio e confiança para quem estava em silêncio.

Mitos que precisam ser superados

Para falar de suicídio de forma responsável, é fundamental desconstruir crenças equivocadas que ainda circulam. Entre os principais mitos estão:
•“Quem fala em se matar só quer chamar atenção.”
Na verdade, toda fala sobre suicídio deve ser levada a sério. Trata-se de um pedido de ajuda diante de uma dor real.
•“O suicídio acontece sem aviso.”
Na maioria dos casos, existem sinais que podem ser percebidos. Estar atento a eles salva vidas.
•“Quem quer se matar vai fazer de qualquer jeito.”
Esse é um mito perigoso. Muitas pessoas vivem uma ambivalência entre querer viver e querer morrer. O apoio adequado pode reduzir drasticamente o risco.
•“Falar sobre suicídio incentiva o ato.”
Falar com responsabilidade, de forma acolhedora e informada, não incentiva. Pelo contrário, abre caminhos para prevenção e cuidado.

O papel do Laboratório de Investigação em Psicologia Clínica

O Laboratório de Investigação em Psicologia Clínica, dentro do ambiente colaborativo do CASULU Coworking, desenvolve ações de pesquisa, extensão e atendimento psicológico. O espaço promove oficinas, palestras, grupos de intervisão e campanhas educativas, ampliando o acesso à informação e à escuta qualificada.
Essa atuação fortalece a rede de prevenção ao unir ciência, comunidade e prática clínica. Além de oferecer apoio direto a quem precisa, o Laboratório colabora para a formação de profissionais mais preparados e para a construção de uma cultura de empatia e cuidado.

Mensagem de esperança

“Eu sei que a dor que você sente agora pode parecer insuportável, mas ela não define quem você é e nem será eterna. Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, é sinal de coragem. Você não precisa enfrentar isso sozinho: existe acolhimento, existe tratamento, existe caminho.”
Se você ou alguém que você conhece está em sofrimento, não hesite em buscar apoio. Ligue para o CVV (188), disponível 24h por dia, ou procure ajuda profissional. Falar é sempre a melhor solução.

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