A dor de cotovelo de Walber Virgolino e Cabo Gilberto

Redação
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A dor de cotovelo de Walber Virgolino e Cabo Gilberto

As manifestações que tomaram conta das ruas do Brasil nesse domingo (21) contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia mostraram que a sociedade civil está atenta e disposta a se mobilizar em defesa da democracia e contra privilégios políticos.

Em várias capitais e cidades importantes, milhares de pessoas se reuniram para protestar contra medidas que, segundo juristas e analistas, representam retrocessos ao enfraquecer o combate à corrupção e criar barreiras quase intransponíveis à responsabilização de parlamentares.

Na Paraíba, no entanto, os deputados Walber Virgolino (estadual) e Cabo Gilberto (federal), alinhados ao bolsonarismo, reagiram às manifestações com ironias e desinformação.

Nas redes sociais, Walber chegou a afirmar que os “canhotos” estavam “passando vergonha em João Pessoa”, sugerindo que o ato teria sido um fracasso de público, o que não foi.

Cabo Gilberto, por sua vez, adotou a linha de desdenhar dos reais motivos do engajamento popular, ‘vendendo’ a tese que as pessoas teriam comparecido à mobilização nacional apenas para assistir a shows musicais.

Os dois não disseram a verdade para os seus seguidores. E ambos sabem disso!

Aliás, esse tipo de discurso revela mais do que simples divergência política com os progressistas: expõe uma tentativa de minimizar a indignação popular que se levantou contra esses projetos polêmicos aprovados na Câmara Federal, inclusive com apoio da maioria dos parlamentares paraibanos.

Os fatos e fotos, no entanto, desmentem a narrativa construída pela dupla Walber-Gilberto. Os protestos convocados por artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, tiveram caráter político e contaram com adesão expressiva em diferentes regiões do país.

Em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife e também João Pessoa, cidadãos comuns, artistas, lideranças comunitárias e representantes de entidades de classe se uniram para contestar iniciativas que, na prática, blindam políticos de investigações e perdoam crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A tentativa de reduzir os atos a “shows” é uma estratégia de deslegitimação, já usada em outros momentos para enfraquecer movimentos sociais.

A postura de Walber Virgolino e Cabo Gilberto é preocupante porque desrespeita a voz da sociedade, que tem o direito constitucional de se manifestar. Também porque mina a confiança nas instituições ao reforçar a ideia de que representantes eleitos buscam se colocar acima da lei.

Quando políticos ironizam e espalham versões distorcidas sobre protestos legítimos, o que fazem é colaborar para o enfraquecimento do debate público e para a disseminação de desinformação.

É importante destacar que juristas e especialistas já alertaram que a PEC da Blindagem cria obstáculos à independência do Judiciário e reduz a transparência no exercício dos mandatos.

Ao mesmo tempo, o PL da Anistia, ao perdoar crimes políticos cometidos durante e após o 8 de janeiro, abre espaço para impunidade e reforça a sensação de que determinados grupos têm tratamento privilegiado diante da lei. Foi justamente contra esse cenário que os atos reuniram tanta gente país afora.

Ao invés de reconhecer a legitimidade do clamor popular, Walber Virgolino e Cabo Gilberto preferem a estratégia do deboche. Mas a reação deles nada mais revela do que a dor de cotovelo de quem se incomoda com a mobilização democrática da população.

A dor de cotovelo de Walber Virgolino e Cabo Gilberto

As ruas falaram, e falaram alto. Fingir que nada aconteceu ou tentar maquiar a realidade com postagens falsas nas redes sociais pode agradar a uma bolha específica, mas não muda o fato de que parte significativa da sociedade brasileira demonstrou claramente sua rejeição a privilégios políticos e sua defesa da democracia.

Parece que o ‘gigante’ [novamente] acordou!

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