Novos áudios vazados que circulam em grupos de WhatsApp reacenderam nas últimas horas as denúncias envolvendo a gestão do prefeito de Caaporã, Chico Nazário (União Brasil), ao revelarem supostos diálogos entre ele e o ex-secretário de Articulação Política do município, Sandro Trajano de Freitas, que foi exonerado do cargo no último dia 9, após a divulgação de um vídeo sugerindo entrega de propina às vésperas das eleições municipais do ano passado.
O teor dos áudios soa como exigências de repasses, intervenção em contratos públicos e ameaças de suspensão de serviços essenciais. Na gravação, Sandro cobra valores supostamente repassados, pressiona acordos com empresas ligadas à coleta de lixo e condiciona a continuidade de membros da administração à demissão de um servidor.
Em dado momento, o ex-secretário ameaça paralisar a coleta de lixo da cidade de Caaporã caso suas demandas não sejam atendidas. Nos áudios, também é mencionada irregularidade licitatória: o pai de um servidor seria fornecedor da prefeitura, implicando conflito de interesses.
“Sou um cara de atitude, Chico. E eu sou de atitude mesmo, eu tomo atitude. Agora, eu quero escutar de você, o que é que você vai fazer. Se você disser ali, ‘Martins, está fora’, aí eu estou dentro. Porque se ele ficar, eu não tô. Eu saio hoje”, dispara Sandro.
As gravações surgem logo após a viralização de um vídeo em que Chico Nazário aparece recebendo uma quantia em espécie durante a campanha eleitoral de 2024. O prefeito, que concorreu e venceu o pleito do ano passado, classificou o vídeo como “montagem” ou fake news.
Crise administra e exonerações
Com os novos áudios, a repercussão da crise administrativa em Caaporã ganhou contornos ainda mais graves, atraindo atenção inclusive na imprensa nacional. A prefeitura publicou a exoneração do secretário Sandro – protagonista da crise – e de uma parente dele que ocupava cargo de diretoria, em ato publicado no Diário Oficial do Município. Segundo apurações jornalísticas, os salários dos envolvidos chegavam a cerca de R$ 15 mil mensais.
Ouça
Além disso, matérias jornalísticas anteriores sugerem que o vídeo da entrega em espécie teria ocorrido na residência do então candidato, estimado em quase R$ 400 mil, conforme depoimentos colhidos pelo Jornal da Paraíba. O caso, inclusive, já motivou investigações do Ministério Público da Paraíba e acompanhamento por órgãos de controle.
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Veja abaixo o primeiro vídeo que culminou com a crise em Caaporã:
Confira abaixo a nota do prefeito após a divulgação do vídeo:
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