O nome de Ronaldo Cunha Lima, ex-governador e ex-senador da Paraíba, voltou a ganhar destaque nesta quarta-feira (17), em reportagem da BBC News Brasil, após a aprovação da chamada PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados e o consequente debate sobre imunidade parlamentar no país. O caso de Cunha Lima se tornou emblemático, mostrando como a legislação pode dificultar a responsabilização de políticos envolvidos em crimes graves.
Em 1993, Cunha Lima atirou contra o então ex-governador Tarcísio Burity em um restaurante de João Pessoa. Burity chegou a ficar em coma e morreu quase dez anos depois. Apesar da gravidade do atentado, Cunha Lima conseguiu evitar um julgamento imediato graças à imunidade parlamentar vigente quando foi eleito senador em 1995.
Nos anos seguintes, tentativas do Supremo Tribunal Federal (STF) de processar Cunha Lima foram barradas pela exigência de licença do Senado, o que só mudou em 2001 com a Emenda Constitucional 35, que retirou a necessidade de autorização para investigar parlamentares. Mesmo assim, o processo só avançou entre 2003 e 2007.
Em outubro de 2007, Cunha Lima renunciou ao mandato de deputado federal para ser julgado como cidadão comum no Tribunal do Júri de João Pessoa. A decisão gerou críticas de juristas e indignação da família de Burity, que considerou a manobra uma forma de prolongar a impunidade.
Ronaldo Cunha Lima faleceu em 2012, quase 20 anos após o atentado, sem que o processo fosse concluído.
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