A Paraíba foi alvo da Operação Aurora na manhã desta segunda-feira (8), com ações realizadas em João Pessoa, onde a Polícia Civil cumpriu mandados ligados a uma organização criminosa que atuava no tráfico ilegal de Cytotec (misoprostol) e oferecia instruções online para realização de abortos. A capital paraibana integra o conjunto de estados atingidos pela operação nacional.
A ofensiva é coordenada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul, em parceria com a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI/Senasp), através do Projeto IMPULSE, que faz parte do Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas do Ministério da Justiça (ENFOC/MJSP). Além da Paraíba, a operação ocorre simultaneamente em Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e no Distrito Federal.
As investigações apontam que o grupo não apenas comercializava o misoprostol de forma ilegal, mas também oferecia acompanhamento remoto às mulheres durante o uso do medicamento — uma espécie de “suporte” clandestino ao procedimento abortivo. A organização atuava principalmente por meio de grupos de WhatsApp administrados pelos próprios investigados, que centralizavam a venda do Cytotec e o repasse das orientações.
Como o caso começou
A investigação teve origem em Guaíba (RS), após uma mulher ter procurado atendimento médico com dores intensas e ter expelido dois fetos, em abril de 2025. Ela relatou ter comprado o misoprostol pela internet, depois de ser abordada no TikTok ao pesquisar sobre gravidez indesejada.
A vítima afirmou ter pago também por uma “assistência técnica online” para orientá-la durante o aborto. No entanto, no momento em que sentiu mais dores, começou a ser negligenciada, com respostas demoradas da pessoa que deveria acompanhá-la. Sem ajuda, buscou o hospital e teve o aborto incompleto confirmado.
Ela ainda contou que foi inserida em um grupo de WhatsApp chamado “Sinta-se acolhida”, que reunia mais de 250 mulheres. O espaço servia como vitrine do esquema, e apenas administradores, localizados em vários estados podiam comercializar o Cytotec e orientar as usuárias.
Os investigados residem em diferentes estados da federação, com ramificação na Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, e no Distrito Federal.
A primeira etapa da Operação Aurora visa esclarecer a participação de cada um no esquema criminoso, bem como entender como funciona a dinâmica da organização e apurar de onde o medicamento está sendo desviado, já que se trata de droga de uso controlado, que só pode ser ministrada em hospitais, sendo vedada a comercialização em farmácia e afins.
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