Rui Costa: Reforma ministerial pode ser concluída até 21 de janeiro

Rui Costa reconheceu o volume recorde de emendas no Orçamento, mas afirmou que a crise será resolvida rapidamente se o acordo com os presidentes da Câmara e do Senado for cumprido.

Redação

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quinta-feira (9) que a reforma ministerial poderá ser definida até o dia 21 de janeiro, data da próxima reunião ministerial com o presidente Lula (PT). Segundo Rui Costa, Lula está focado em “aperfeiçoar a gestão”, o que inclui eventuais trocas nos ministérios ainda neste mês.

Em entrevista à GloboNews, o ministro destacou que as mudanças, se ocorrerem, têm como objetivo dar aos novos ministros mais tempo para implementar ajustes desejados pelo presidente. Ele evitou mencionar quais pastas estão sob análise.

Mudanças recentes e articulações políticas
Uma das alterações confirmadas é a troca na Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a saída de Paulo Pimenta e a entrada de Sidônio Palmeira. Rui Costa classificou essa substituição como uma mudança de rumo na área, distinta das demais reformas esperadas.

Desde o início do mandato, Lula já realizou seis trocas ministeriais, incluindo pastas como Esportes, Turismo e Portos e Aeroportos, visando acomodar demandas de partidos aliados. As mudanças incluíram:

  • Esportes: André Fufuca (PP) substituiu Ana Moser.
  • Turismo: Daniela Carneiro foi trocada por Celso Sabino (União Brasil).
  • Portos e Aeroportos: Márcio França foi transferido para o novo Ministério do Empreendedorismo, e Silvio Costa Filho (Republicanos) assumiu a pasta.

Outras alterações, como a saída de Gonçalves Dias do GSI após os ataques de 8 de janeiro e a recente nomeação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça, também marcaram o primeiro ano do governo.

Crise entre Executivo e Legislativo
A reforma ministerial ocorre em meio a uma das fases mais tensas entre o Executivo e o Legislativo, agravada pela crise das emendas parlamentares. A liberação parcial desses recursos em 2024 gerou insatisfação entre deputados e senadores, que esperavam maior disponibilidade para atender suas bases eleitorais.

As emendas, destinadas a obras e projetos locais, são uma ferramenta política central, mas frequentemente alvo de suspeitas de corrupção. O presidente do STF, Flávio Dino, busca aumentar a transparência e rastreabilidade desses recursos, o que gerou atritos entre os Poderes.

Rui Costa reconheceu o volume recorde de emendas no Orçamento, mas afirmou que a crise será resolvida rapidamente se o acordo com os presidentes da Câmara e do Senado for cumprido. As articulações continuam, com foco em ampliar o apoio da base aliada no Congresso e preparar terreno para as eleições municipais de 2024.

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