O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza nesta segunda-feira (20) uma reunião ministerial na Granja do Torto para cobrar maior agilidade nas entregas do governo e alinhar estratégias para a segunda metade de seu mandato. O encontro, o primeiro do ano, ocorre em meio à perspectiva de uma reforma ministerial no primeiro escalão.
A reunião reúne ministros e líderes do governo no Congresso e deve durar o dia inteiro. Na abertura, Lula fará um discurso destacando realizações positivas dos dois primeiros anos de gestão, mas também reforçando a necessidade de acelerar medidas e dar maior visibilidade às ações do governo. A expectativa é de que ele cobre um discurso mais unificado e alinhado com a Secretaria de Comunicação (Secom).
Crise do Pix e alinhamento na comunicação
A recente crise envolvendo a proposta da Receita Federal de fiscalizar transações do Pix acima de R$ 5.000 por mês evidenciou, segundo aliados, a necessidade de maior coordenação entre os ministérios. Após ataques da oposição e desinformações sobre a medida, o governo recuou e planeja uma campanha voltada a autônomos e empreendedores para recuperar a confiança desse público.
O novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, participará da abertura, apresentando-se oficialmente ao primeiro escalão. Ele assumiu o cargo na semana passada e já enfrentou o desafio de lidar com a repercussão negativa da crise do Pix. Entre suas missões está alcançar maior alinhamento na Esplanada e evitar desgastes futuros.
Projeções para 2025 e balanço ministerial
Além de Sidônio, Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) farão falas iniciais, seguidos de apresentações breves de todos os ministros, com balanços de suas pastas e projeções para 2025. Lula deve usar sua intervenção para cobrar resultados e pode sinalizar eventuais trocas ministeriais.
Embora a reforma ministerial não esteja oficialmente na pauta, o presidente já iniciou negociações com partidos da base aliada para redesenhar o primeiro escalão. A ideia é ampliar o apoio no Congresso e preparar o terreno para a eleição presidencial de 2026.
Expectativas para a reforma ministerial
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, as mudanças podem ocorrer ainda em janeiro. “O presidente está focando em aperfeiçoar a gestão. Portanto, há indicativo de que as alterações podem ser feitas até o final do mês”, afirmou. No entanto, auxiliares acreditam que o redesenho completo levará mais duas semanas.
As trocas também dependem das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, previstas para o início de fevereiro. A intenção é contemplar mais partidos aliados, fortalecendo a coalizão governista e garantindo maior governabilidade no segundo biênio.
Reforço no apoio político
Na última quinta-feira (16), Lula orientou o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), a negociar com os partidos aliados. As discussões envolvem trocas nas pastas ocupadas pelas legendas e outras possíveis reivindicações, sinalizando um esforço para ampliar a base governista.
Com essas movimentações, o governo busca maior eficiência nas entregas, alinhamento político e sustentação para futuras disputas eleitorais, traçando um novo rumo para os próximos dois anos.