O deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB) caminha para se consolidar como o próximo presidente da Câmara dos Deputados, em eleição marcada para o dia 1º de fevereiro. Contando com o apoio de um amplo arco de alianças, que vai do PL ao PT, Motta pode atingir até 495 votos, superando com folga os 257 votos necessários para vencer no primeiro turno.
Apoio político e construção da candidatura
A candidatura de Hugo Motta foi impulsionada pelo respaldo do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PP-PI). A articulação ganhou ainda mais força com a retirada da candidatura de Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente de sua sigla, em prol de um nome que unisse a base.
Apesar do favoritismo, Motta terá como adversário o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), cuja candidatura é simbólica e visa defender pautas progressistas e de esquerda na Casa. Contudo, Vieira deve conquistar apenas um número reduzido de votos, sem ameaçar a vitória do paraibano.
Possível ampliação da margem histórica
Caso confirme os 495 votos esperados, Hugo Motta superará o recorde do atual presidente, Arthur Lira, que em 2023 foi eleito com 464 votos – um dos maiores resultados da história da Câmara. Essa expressiva margem reflete a habilidade de articulação de Motta, que conseguiu construir um consenso político em um cenário marcado pela polarização.
Desafios à frente
Ao assumir a presidência da Câmara, Motta enfrentará desafios significativos. Entre os temas mais delicados está o gerenciamento das pressões das duas maiores bancadas da Casa – PL e PT –, especialmente no contexto das discussões sobre a anistia aos extremistas envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A habilidade para equilibrar as demandas dessas forças será crucial para a condução de seu mandato.
Enquanto isso, no Senado, a disputa pela presidência segue mais fragmentada, com o favoritismo de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) enfrentando resistência de candidaturas avulsas, sinalizando um cenário menos definido em relação à Câmara.