ntegrantes do Palácio do Planalto reagiram com críticas nos bastidores à entrevista do novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na qual ele afirmou que as invasões de 8 de janeiro não foram uma tentativa de golpe. Apesar das críticas internas, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não pretendem confrontar publicamente Motta sobre suas declarações, conforme publicado pelo portal Metrópoles nesta segunda-feira (10).
Repercussão no governo
Ministros e auxiliares de Lula, sob condição de anonimato, avaliaram que Hugo Motta minimizou os atos do dia 8 de janeiro e sugeriu que as punições impostas aos envolvidos são excessivas. Para integrantes do governo, as declarações contrariam o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que classificam as invasões como um crime contra o Estado Democrático de Direito.
“Ele quis defender a turma dos ‘vândalos’ que ele diz que estão com penas muito severas. E, para fazer essa defesa, falou algo que a própria CPMI do Congresso diz que foi um crime contra o Estado Democrático”, afirmou um ministro influente, sob reserva.
Estratégia do Planalto
Apesar das críticas, o Planalto decidiu não entrar em confronto direto com Hugo Motta. A estratégia do governo é deixar que as lideranças do PT conduzam o embate político. Avalia-se internamente que Motta ainda está se ajustando à nova função e que, como outros parlamentares em cargos de grande responsabilidade, pode cometer deslizes iniciais.
A decisão reflete a tentativa do governo de evitar um desgaste desnecessário com a presidência da Câmara, mantendo a relação institucional sem rupturas.